O farol de Hércules abre
os seus braços de luz
ilumina os caminhos d'mar
e vem despir a beira da cidade...
Tira-lhe seu vestido de noite
mostrar suas femininas
e molhadas curvas
nos areais de Riazor
para curar sua milenar solidão...
Contemplo-a...
eu sei como dói ficar sozinha
sei o que é ver desaparecer
o mundo na boca do além
que tudo leva, que tudo leva....
Fica o mar e a torre com seu facho
testemunha de perdas e saudades...
Da janela da noite ouço os cânticos
dos sonhos que nunca conseguiram
ser ancorados no papel mentiroso
duma história mal, e por outros, contada
ficando tudo para ser resgatado
pela poesia
deste silêncio de pedra...
Da janela da soidade vejo poemas
num incessante revoar nesse céu
que de manhã se encherá
de estradas para as gaivotas
e no lugar desta calma inquieta
virá o barulho que tudo silencia
Mas arestora* fala apenas o farol
vai dar aviso a marinheiros e poetas...
antes de o barulho vir com seu silêncio
aumentar nosso secular silêncio
que será então ainda muitíssimo maior
esse silencio será tão imenso
que passará sem ser notado...
como agora eu noto esta luminaria
Concha Rousia
Corunha 6 de Maio de 2011
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Arestora* (A esta hora. Neste momento. Agora.)
Concha, um farol... Lucero de vida insurgente; magias de innovaciones creativas.
ResponderExcluirComo sua poesia é uma diálogo: narrativa? solilóqui? um estar com as coisas e seu próprio coração.
Abraços com saudade do que não conheci.
Ternamente, Jorge
Jorge, estar com as cousas, e seu próprio coração é minha paixão... meu rumo, minha guia... A Torre de Hércules leva aconchegado olhares durante 2000 anos, é um lugar de culto para mim... Quando o teu caminho passar por perto, te acompanharei a conhecer seu próprio coração, senti essa saudade tua, abraço-a com ternura, e a ti também, Concha
ResponderExcluirA concha guarda em si o segredo da pérola que se fez e se faz em sua dura solidão ... "A pérola", apenas uma reação a corpos estranhos que invadiram o seu organismo por milênios ... Bj, e você não está sozinha.
ResponderExcluirtudo lindo
ResponderExcluirvisito e deixo meu rastro ... abçs
Âncora
(Marcas do portugues na lingua)
O mar, beleza azul de poucas ondas a cavalgar
Às vezes manso e imenso às vezes rebelde e tão próximo
A praia vazia cabe inteira no meu olhar no seu olhar
Dois brincando de ondas sorvendo as brumas e maresia
Sento-me à sua frente sem desviar os olhos
E consigo enxergar na sua infinitude os sonhos
Os desejos escondidos, a fúria da passagem
Do seu corpo entregue a um bobo valete,
O trem passou rumo ao porto
A vida o deixa para trás no mais íntimo dos planos
Sem encurtar as minhas distâncias
(©by Adilson S. Silva)
Hosamis querida, me fizeste sorrir e minha alma agradeceu tanto... grata por não me deixar sozinha, grata, muito grata, beijos amiga amada, Concha
ResponderExcluirAdilson, nunca conheci ninguém capaz de enxergar a infinitude como os teus olhos sabem fazer... por isso não há distâncias capaces de distorcer nenhuma imagem... grata por tua presença, teu rasto em minha república, abraços sempre, Concha
ResponderExcluirAh, se fiz hoje a alma de uma concha sorrir eu ganhei o meu dia...rsrs. Amiga querida quero te convidar para visitar a minha página de poesias: http://hosamis-causasui.blogspot.com/
ResponderExcluirSe tiver tempo e desejar me seguir, talvez por uns meros segundos ... ficaria honrada. Acho que estou ficando doente, pois só penso em poesia (ou, "só estou a pensar" à portuguesa...rsrsr...) que será isso? Beijos brasilienses...