A Terra quer Povo... O Povo quer Gente... A Gente quer Dignidade... a Dignidade grita: Terra !!!
Entre papeis velhos, mal pregados, nos que guardara pedacinhos de mim sem abrir... enquanto em meus ouvidos se entranha o mundo que me chega nos aviões que espera o Vander Lee... encontrei um poema. A alma que vem de tão longe, de tantos passados, de tantas Galizas, sonhadas e quase todas perdidas... já só se atreve a sentir futuros na voz do Brasil, voei nessa música e no pensamento que me levava aos moços e moças em pé pola Terra... sementando, cultivando a liberdade contra as pedras... queria ter estado lá, e sei que, mesmo sem estar meu corpo, eu estava...
Saí ao quintal e a noite falou-me com estrelas, num código morse de saudades conhecidas, e eternas, assinalando seus caminhos do céu, sua via láctea, seu destino: Compostela... Onde esta noite os corpos dormiam sobre as pedras para manterem acordadas as consciências, justo aí neste mesmo lugar onde há pouco, em novembro, outra assembleia dirigida pelo Santo Padre falava para adormecê-las, para segui-las mantendo anestesiadas...
Que diferentes aqueles rostos outonais destes de Primavera, mesmo que eu aqueles não os vi ao vivo, só tele-visados, planos, mas eram rostos tristes, senti seus vazios... enquanto os de hoje desbordam vida, sementam flores com a olhada, flores dessa cor azul-avinhada que só cresce nas pedras e o vento de Compostela, com tanta alegria, com tanta vontade de ser, que desafiam a vertigem e assustam o medo, que foge pela rua do Franco... porque na praça, em pé, fica o Povo...
Concha Rousia
Querida amiga Concha, poetisa terna e visceral: obrigado pelas fotos e pela crônica; beleza insurgente nos sonhos da vida que é gente caminhando nas florescências do porvir...
ResponderExcluirJá usei todas as flotos: fico contemplandoe enamorado. Galiza, terra orvalhada de poesia... encanto e magia numa rebelde utopia.
Abraços com imenso carinho;
hoje, aqui, pude escutar Suso que não conhecia e amei...
Jorge Bichuetti
Jorge, meu amigo, juntos fazemos esta caminhada, talvez sem a tua Utopia Ativa eu não teria sentido a vontade de escrever a crónica, somos juntos, somos coletivo, mesmo com este mar de distâncias, fico feliz por essa nossa partilha de alegrias, poesias e desejos de libertação para a humanidade... Abraços com carinho e fico feliz de que conheças Suso Baamonde, ele morreu jovem, eu conheci ele de perto, uma alma libertadora, uma voz do coletivo que calou demasiado pronto, mas sempre ficará em nós...
ResponderExcluirConcha, belíssimo o teu trabalho, tanto aqui quanto no blog do Jorge. Estás de parabéns, essa luta é de todos nós, e deixarei registrado aqui que, se a repressão está intensa em diversos países, assim como foi ontem em São Paulo, no Dia 1º de maio em Portugal, na Espanha, etc. é sinal de que o povo está com força, está consciente das consequências originadas pelo capitalismo, o povo está tirando a venda dos olhos e sofrendo na pele as injustiças, não quer mais calar. Eu faço minha cada uma das reivindicações feitas na Galiza. Beijos com muito carinho e amizade.
ResponderExcluirQuerida Tânia, sim, essa luta é de todas e todos nós, Compostela, São Paulo... Portugal ou a Espanha, toda luta pela dignidade humana é luta por toda a humanidade, e por cada ser humano, seja ele como for, mesmo que seja ator protagonista deste mundo salvagizado no que moramos, ao que chegamos meio enganados... não sei aonde pensávamos q íamos mas lá não chegamos, perdidos neste beco de um consumismo que nos consome a nós... O teu abraço é bem recebido, envio eu outro pra ti igual de solidário, e para o mundo, com carinho e amizade, sim.
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