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quarta-feira, 9 de maio de 2012

Desconversas no jardim



Meus poemas por escrever
e minhas letras fugindo de mim
fui derrotada por mim própria

Perdi meu cartão de embarque e
saí à procura de minha memória,

As árvores do quintal passeiam por mim
como se meus olhos fossem um caminho
a mão do Loureiro peneira seu branco pólen
veste de neve o chão sem precisar do inverno

A chuva já derreteu minha paciência
quero regar, mas o céu não me deixa
ele se ocupa, ele de tudo se ocupa...
veste e desveste meu destino, sem tino

O Loureiro respira paciente entre nuvens
com jazer majestoso de eterna árvore
enquanto eu me afogo nuns quantos anos,
sabendo-me peregrina que está de passo

Quem pudesse ser Loureiro centenário
ser casa e alpendre para que a Melra cante
em vez de apenas ser mortal testemunha
desta primavera branca que logo passa

Concha Rousia

Com Vander Lee...

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