Esta noite sonhei com um poema, era um poema imenso, mais longo que a canção 'Se puder sem medo' do Oswaldo Montenegro, a que agora escuto enquanto escrevo o sonho... Era um poema tão grande que eu toda cabia nele, dentro, como se flutuasse entre os versos, entre as suas indecifráveis palavras, como se elas fossem as que a mim me escrevem, me descrevem, me encerram, me definem, me cultivam...
Meu primeiro impulso foi afastar-me dele, tomar distância, para vê-lo de fora, com perspectiva, tentei mas não consegui sair a nenhuma superfície, era longo como corpo de serpente gigante e voadora, como as que tanto medo me meteram na infância, corri por ela ignorando o que me diziam as palavras, realmente eu não conseguia saber o que diziam, no meio das palavras apareceram logo desenhos de clara inspiração helénica, daí percebi que era sonho...
Decidi ir para o começo e logo vi que o poema, cujo título eu não consegui reter, vinha precedido por duas palavras, uma era 'somos' e a outra agora não consigo lembrar... mas sei que tinha um certo sabor a tristeza, a desgosto, a sofrimento, a saudade... vinha por correio electrónico, mas eu no sonho não pensei em ver quem era o remitente, meti-me de novo entre os versos e fui ao fundo para ver se o poema vinha assinado, tinha que vir, nenhum poema é poema sem autor, e este eu não escrevera, mergulhei de novo entre as palavras que agora se faziam grandes e me dificultavam a passagem entre elas...
Algumas reconheci como nossas, a cada vez via mas rastos teus nelas... comecei a sentir que o poema era casa, e me pedia ficar a morar nele, avancei até chegar no último verso, nele vi que havia uma pequena porta, estreita, uma que noutros sonhos seria parte de um pesadelo, mas aqui não era não, por ela cabia minha mão, apanhei teu nome que assinava abaixo desse último verso, e fechei-me dentro... Acordei, e decidi afrontar a insónia escrevendo o poema que me escreveu, como gente grande...
Meu primeiro impulso foi afastar-me dele, tomar distância, para vê-lo de fora, com perspectiva, tentei mas não consegui sair a nenhuma superfície, era longo como corpo de serpente gigante e voadora, como as que tanto medo me meteram na infância, corri por ela ignorando o que me diziam as palavras, realmente eu não conseguia saber o que diziam, no meio das palavras apareceram logo desenhos de clara inspiração helénica, daí percebi que era sonho...
Decidi ir para o começo e logo vi que o poema, cujo título eu não consegui reter, vinha precedido por duas palavras, uma era 'somos' e a outra agora não consigo lembrar... mas sei que tinha um certo sabor a tristeza, a desgosto, a sofrimento, a saudade... vinha por correio electrónico, mas eu no sonho não pensei em ver quem era o remitente, meti-me de novo entre os versos e fui ao fundo para ver se o poema vinha assinado, tinha que vir, nenhum poema é poema sem autor, e este eu não escrevera, mergulhei de novo entre as palavras que agora se faziam grandes e me dificultavam a passagem entre elas...
Algumas reconheci como nossas, a cada vez via mas rastos teus nelas... comecei a sentir que o poema era casa, e me pedia ficar a morar nele, avancei até chegar no último verso, nele vi que havia uma pequena porta, estreita, uma que noutros sonhos seria parte de um pesadelo, mas aqui não era não, por ela cabia minha mão, apanhei teu nome que assinava abaixo desse último verso, e fechei-me dentro... Acordei, e decidi afrontar a insónia escrevendo o poema que me escreveu, como gente grande...
Concha Rousia
O que vem precedido pelo título é o nome do autor. Seria Samuel (samu-el)? Duas palavras.
ResponderExcluir"EL", partícula de determinação "o", como El REI - O rei
El samu - Nós somos
Samu-el - Somos nós.
Você está completando o que tentava decifrar sozinha e não conseguia. Esse é o autor. Sonhei com esse nome na semana daquela escrita. Perguntava: quem, quem, quem escreve? Quem escreveu? O poema respondeu: somos nós!
"O poema que me escreveu"... é! Bjs
Não canso de ler "é" ...rsrs...
ResponderExcluirTu és mágica...
concha: tua escrita me cativa; encantos... um poema na noite, entre o sonho e o luar - ternura visceral. Abs ternos, jorge
ResponderExcluirMinha querida Hosamis: o seu nome não era Samuel, não, era um nome que hoje eu queria esquecer, mas não esqueço, ora vou guardar lá no sonho e no poema rsss espero que o entendas, beijos minha querida amiga, adoro teu olhar sobre todas as coisas que o pousas,... 'Somos mágicas' rss éhhhhh Beijosss
ResponderExcluirJorge: esse poema escreveu uma página de minha vida, uma noite, uma ilusão que voou com a Melra do quintal e por vezes levou meu sorriso. Mas a vida é assim intensa, sim, com certeza bem visceral... Abraços com carinho, e saudade sempre, Concha.
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