O meu corpo é um planeta
que gravita no vazio do tempo
Por vezes o meu corpo
é uma arma contra mim
Às vezes é leve pena
e outras pedra no fundo do oceano
Meu corpo é ponto de encontro...
e por vezes de desencontro
de saudade...
Hoje é...
Livro aberto
Página em branco
Língua morta
Torre de Babel
Contradição
Mapa do tesouro
Presídio certo
Arpa nos teus dedos
Hoje meu corpo é música
É palavra no vento
Vela despregada
Lugar para aportar
Nau à deriva
Canção muda
Grito de teu verso
Lua sem céu
Estrelas a cair de um pano negro
Meu corpo é guerra
Espada manchada de sangue
Bandeira branca
Rosa sem espinhas
É espinheiro que dá maçãs por obra e graça da melhora da Terra
É mapa-Mundi
E sendeiro sem destino
Meu corpo é vontade de correr
E porém eu adoro adormecer...
Meu corpo, meu corpo de Terra, meu corpo... que meu não é...
Concha Rousia
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