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quarta-feira, 22 de junho de 2011

Hoje eu tenho um pedido...

 
Sei que não tenho abusado com minhas encomendas, é por isso ouso pedir, não sei bem a quem, vou começar por pedir a alguma deidade que ainda não esteja surda ou fosse criada a prova das nuvens grises que invisibilizam a Galiza... Ou então vou pedir também a algum amigo que passe aqui a regar com seu olhar estas minhas palavras mal cultivada, sou Diógenes de conceitos, palavras usadas, ideias, mesmo muito gastas, mas o que fazer com elas? arrumar, desarrumar... não sei, sei é guardá-las como uma noz, ou uma memoria física que não se abre...

Então peço a essa Deidade ou a esse Amigo ou ainda a algum Inimigo que passe aqui para me odiar ou para falsamente se amar a si no despreço de mim e o que eu lhe desperto em si... Ou se ninguém dos anteriores me ouvir então peço-te a ti pessoa desconhecida que passas hoje aqui seguindo teu errático destino, como eu sigo o meu nestas linhas que abrem minha selva de pensamentos matutinos, e faço, ora sim, meu pedido...

'Eu quero que não me concedas tudo que eu te mereço,
peço também que não me concedas tudo que necessito,
mas sobretudo eu peço que não me concedas mais do que eu desejar...
mesmo que eu o necessite e o mereça'

Concha Rousia 

8 comentários:

  1. 'Eu quero que não me concedas tudo que eu te mereço,
    peço também que não me concedas tudo que necessito,
    mas sobretudo eu peço que não me concedas mais do que eu desejar...
    mesmo que eu o necessite e o mereça'

    Isso é o "NADA"

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  2. Adilson: como é bom que alguém atenda nossos pedidos, e ainda melhor... que bom que alguém entenda... Grata, muito grata de teu olhar sobre este texto, dele nasceram outros... mas aguardam para nascer fora do rascunho no que agora ficam... Um abraço com carinho e gratidão por esse teu olhar, Concha

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  3. É mesmo Adilson, bingo! É o nada, o nada! Tentem chegar ao nada, tentem, façam esse exercício. Eu já fiz, já tentei muito e nunca consegui: no momento, no instante ele se transforma em tudo! É incrível! Portanto, Concha, o seu pedido como "nada" não será atendido, pois o que você pede é na verdade... TUDO...

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  4. Bacana isso Hosamis ....o nada é a sustentação do ser ...isso dá um bom dialogo entre Sartre e Heidegger ... abraços

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  5. Não Adilson, isso dá um diálogo entre amigos...rsrs...entre você, Concha e eu...rsrs

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  6. Hosamis, minha querida amiga, eu quero sim, TUDO... descobriste meu segredo rss Não consigo me esconder de tua sábia visão. É lindo este dialogo entre nós os três... um lindo triangulo para o bem :) Continuando sim, o eterno diálogo entre Sartre e Heidegger, bom, vós dialogais eu só fui o estímulo rsss, me encanta simplesmente ser... Abraços

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  7. Sim, continuando pois esse nosso diálogo a três sustento que o nosso humanismo consiste em existir por necessitarmos ser ontrem, ou seja, somos em plenitude quando ausentes de nós e presente de ontrem em nós. Por isso escrevemos e podemos ser quem/que queremos ser ou quem/que odiaríamos ser (sem máscaras); e por isso também contemplamos, pois na contemplação também nos ausentamos de nós. O querer ser "nada" nos alivia de nosso ser e nos plenifica de ontrem, e aí ocorre o inevitável: somos tudo (o nosso objetivo). Que acham?

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  8. Eu acho muito acertado amiga Hosamis, pois eu quero ser 'Nada' no sentido de que quero ser apenas o caminho para o legado que me foi dado, quase nada me pode aliviar de meu existir sem mundo ao que legar este legado... (sei que tenho outras feridas profundas, mas a que mais sinto doer a o assassinato da minha língua e cultura por parte desse engraçado-e-desgraçado castelhano que se me meteu dentro a me invadir desde os 6 anos... Acho boa a ideia de suspender meu ser enquanto a caneta é o único pé na Terra, e eu posso flotar sem sentir o meu peso... Abraços de carinho, sempre.

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