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terça-feira, 10 de abril de 2012

Lusco-fusco*



Entre o Sol e a Lua
o fugaz lusco-fusco
esperança de sonhos
promessa de auroras

Entramos na noite
corredor de estrelas
para voarmos livres

Saímos no novo dia
com cabelos de sol
a dourar as lágrimas
de orvalho no rosto

Tudo em perfeita
e eternal harmonia

Mas há vezes em
que a noite demora
em querer ser noite
vezes em que o dia
se apura a se despir
de seu manto branco
é nessas vezes que
o lusco-fusco se abisma
prende luzes-fantasma
invisíveis lâmpadas
imaginarias penetrantes
das ocultas vísceras
invasoras que impedem
ao coração dormir

Concha Rousia

*Um ato falho levou-me a escrever 'Luco-Fuco'
Luco s. m.
1. Bosque.

Fuco s. m.
1. Alga.

Talvez um bosque de algas para uma concha do mar que se sabe bruxa :)

(Foto do amanhacer no quintal da Amaia do dia de hoje 27/3/2012)

2 comentários:

  1. Querida Concha, como esta poesia expressa minhas lutas... claridades e escuros; fuerzas y vulnerabilidad... a noite invade o dia e o dia teima em ocupar a noite... e nós, entre a noite e o dia, lutando... como seria a vida, se fosse a magia da poesia?... meu carinhoso e terno abraço, jorge

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