Hoje o meu corpo
amanheceu palavra
imortal nave no tempo
crisálida a transformar-se
em poema-borboleta
Concha Rousia
A Rousia é essa montanha que herdei sozinha, e que está prenhada de mar, e por ele eu um dia viajarei para ir a ilha dos nossos, o povo que desapareceu da aldeia da Rousia. Ficam casas desfeitas, com paredes a amparar carvalhos que crescem na ausência do povo ido... Concha Rousia
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terça-feira, 31 de maio de 2011
segunda-feira, 30 de maio de 2011
Fred Martins e Ugia Pedreira
O Brasil e a Galiza cantando juntos...
Adoro eles...
Artistas geniais, amigos queridos...
depressa a vida passa - Fred Martins e Ugia Pedreira by escoita.me
acrobata - Fred Martins e Ugia Pedreira by escoita.me
Adoro eles...
Artistas geniais, amigos queridos...
depressa a vida passa - Fred Martins e Ugia Pedreira by escoita.me
acrobata - Fred Martins e Ugia Pedreira by escoita.me
Descoberta
Percebi que o que senti hoje
eu nunca antes tinha sentido
e depois descobri que
eu não era a mesma...
e que o dia era novo
e era nosso...
e infinitas as suas bondades...
de entre todos os caminhos
nós já aprendemos a
descobrir qual é
o nosso verdadeirodescobrir qual é
Sobre o silêncio
Será que o silêncio
é a morte da palavra?
o aborto dela...
Será o seu assassino..?
será ladrão o silêncio...?
será que a esconde?
a palavra....
Ou será que o silêncio é um tipo de palavra que habita noutra dimensão?
Uma tão intangível que não podemos tocar com os sentidos...
Uma que diretamente se infiltra no mais íntimos da nossa alma...
Concha Rousia
domingo, 29 de maio de 2011
"Primeiro foi necessário civilizar o homem em relação ao próprio homem. Agora é necessário civilizar o homem em relação a natureza e aos animais." (Victor Hugo)
Foto de um instante vivido durante o tremor de terra de Japão Março de 2011...
'os verdadeiros filhos reconhecem a fala da Mãe Terra e desejam ajudar-nos aos humanos a entender...'
Japão 2011
A Terra fala
apagando o monólogo
com que a tratamos
Concha Rousia poeta da Galiza
Publicado no Recanto das Letras em 6/03/2011
Código do texto: T2850934
Foto de um instante vivido durante o tremor de terra de Japão Março de 2011...
'os verdadeiros filhos reconhecem a fala da Mãe Terra e desejam ajudar-nos aos humanos a entender...'
Japão 2011
A Terra fala
apagando o monólogo
com que a tratamos
Concha Rousia poeta da Galiza
Publicado no Recanto das Letras em 6/03/2011
Código do texto: T2850934
Domingo no quintal
Regar a horta
tingir a terra
humedecer seu rosto
escurecer sua pele
ver passar nos olhos
os mapas da vida
que se entrega a ser
a Melra observa
desde o pessegueiro
como eu me esvazio
no ar do quintal
sei que posso
viajar além mim
além este existir
num corpo definido
e ser folha que cai
erva que nasce
bichinho que passeia
gota de orvalho
refletindo a lua
estrela remota
e nada mais
e nada mais
Concha Rousia
tingir a terra
humedecer seu rosto
escurecer sua pele
ver passar nos olhos
os mapas da vida
que se entrega a ser
a Melra observa
desde o pessegueiro
como eu me esvazio
no ar do quintal
sei que posso
viajar além mim
além este existir
num corpo definido
e ser folha que cai
erva que nasce
bichinho que passeia
gota de orvalho
refletindo a lua
estrela remota
e nada mais
e nada mais
Concha Rousia
sexta-feira, 27 de maio de 2011
Rascunho para carta
Hoje descobri como superar todos os limites desta minha humana existência, decidi que quando tu já não me fales eu programarei a tua música na minha alma... ! decorarei as paredes do meu Ser com tuas falas, tenho todas guardadas, e sonharei, como já sonho; programarei a minha voz no vento, om palavras para ti, tenho a minha ajudante a Melra, tão elegante com seu vestido preto que sei move o vento que as leva, e elas chegam... ahhhhh as palavras que sobem ao vento sempre chegam, falarei apenas palavras ligeiras, palavras alegres, simples como a margarida que me daria nome se eu não me chamasse Maria ou Rosa ou tantos nomes que jamais conseguirei lembrar de todos... Feita palavra subirei na nuvem, tocarei o raio de sol e sentirei a cercania da estrela fugaz que faz cumprir algum de teus desejos... Sentirei assim que já venci algum dos limites de minha existência... entrarei no ventre do vento e nascerei pó na rua que ouve as tuas pegadas, entrarei nos silêncios que te escutam e encherei de inaudível música as salas onde moram as tuas palavras... Esta de Camarinhas interpretada aqui pelo Abe Rabade é tão nossa, tão minha, que a guardava para minhas viagens privadas, mas aqui a liberto... vai pelo vento, vai pelo vento... (em andamento, sempre em andamento...)
quarta-feira, 25 de maio de 2011
Mãe Terra...
Meu abraço de carinho e ternura para as Filhas e Filhos da Floresta, os únicos que ainda falam e entendem nossa mãe...
Toda a sustância é tolerável até certa dose
e
Toda a sustância é
tóxica com a dose certa
...
Hoje pergunto-me...
Quanto de nós poderá suporta ainda a Mãe Terra?E quanto aguentarei eu antes de ceder a meu desejo de abraçá-la e sair correndo...?
Concha Rousia
Além cartas

Mas se eu escrevesse cartas escreveria uma para ti hoje, nela te contaria que todas essas outras cartas que te não escrevi, também não as devia ter enviado, como esta que também a não envio, mas eu já não escrevo cartas, e por isso não posso contar-te cousa nenhuma existente ou inventada... tanto faz do que falasse, as cartas, mesmo as do banco, são todas, como nos ensinou Kafka, cartas de amor...
Ahhh aqueles tempos nos que eu escrevia cartas, mesmo que não fossem para ti, nem era eu que as enviava, minha era apenas a mão que se prestava à caneta da tia Maria; cartas para o Camilo, esse filho querido e único, com um pai pelas Americas do Sul perdido na procura de destinos... mas a tia Maria morreu, o seu filho também morreu, e dói-me, dói-me imaginar que não pode haver cartas do Além...
terça-feira, 24 de maio de 2011
Leituras...
Amanheci com vontade de ler e ouvir música
abri a janela e passei a página do dia
no pessegueiro cantava a melra...
Concha Rousia
* * *
tão antiga que nem sequer exista
e decidi visitar o nosso ontem
esse que partiu connosco nas entranhas
Ouço o grito do que se sonhou nascido
e minha incansável e insaciável caneta
me tortura com memorias sem passado
escrevo
para esquecer o que não pode ser apagado
alguém poderia chamar a isso saudade
mas realmente isto é uma crónica
porque nosso ontem que não passou
ficará eternamente errando sua inexistência
com a certeza de que de lá ninguém o tira
só se esquecermos
só se esquecermos
Concha Rousia
A torre do faro (Ernesto Vazquez Souza)
É noite e os meus irmãos andam perdidos...
C.R.
Há anos que cuidamos deste faro
que se eleva no Castelo velho
na torre lavrada há dous mil anos
sobre mitos, covas e santuários
até a raiz do mundo.
E na noite comunica piscadelas
de esperança
uma, duas, três
rosas que brilham
stop
e mais outras três
repetindo o ciclo
que convoca em luz a baía.
E girando luz desde
o alto promontório dos antergos
iluminam-se caminhos
e enxerga-se dentro de nós
o destino além da bruma
agora e sempre
entanto duram as horas de escuro
no velho país dos meus velhos pais.

A Camisa da Cobra
Ou quando o mundo em mim se não reconheceu...
Quase nem posso descrever a sensação, ou até deveria dizer a falta dela, ou a falta de um tradutor dela para mim...
Foi assim que chegou aquela imagem, ou talvez fosse uma palavra... como saber? guardo apenas recordação de meu desconcerto, da coberta que me cobriu, e eu sentia sabendo que sentia mas sem saber o que significava... inicialmente me vi confusa, depois quis imaginar o que seria ser cobra e encontrar uma velha camisa, deixada tempo atrás... um dia, um mês, um ano... uma vida, pois com cada mudança se celebra uma nova...
Esse pensar na cobra permitiu-me fugir por lembranças de meu avô, o avô da Fonte, ele apanhava as cobras com a mão quando elas iam entrar no buraco, dava-lhe duas voltas e lançava-as pelo ar... caiam mareadas, então, sem perder tempo, o avô com sua faca cortava a ponta da cauda e a cabeça para que a cobra não se envenenasse toda... espia logo o pescoço da bicha, mordia-a com sua boca e com as mãos despia o corpo todo da cobra... eu nunca vi a cena, mas tenho-a tão desenhada na cabeça que nem vista seria uma imagem mais real, meu pai continuava a contar... eram tempos de os troveiros pararem na casa do avô com suas cantigas, cegos, de violino e vara para andar pelos caminhos... muradana de linho, chancas de pau... depois no inverno o avô fazia o pucheiro para os remédios do frio, com aquele corpo de cobra salgado e curado no fume... o unto era reservado para fretas no corpo... os secredos usos do unto afumado da cobra meu pai me passou...
E nesta hora agradeço a todas essas lembranças que me resgataram de um labirinto que me levava a um abismo em mim, um que era meu e não podia negar, mas os mundos em mim, mais uma vez me resgataram, e esqueci como fora que eu me desconhecera em mim... somos planetas por dentro, galaxias, universos mesmo... infinitos... por descobrir...
Concha Rousia FRITHJOF SCHUON
Quase nem posso descrever a sensação, ou até deveria dizer a falta dela, ou a falta de um tradutor dela para mim...
Foi assim que chegou aquela imagem, ou talvez fosse uma palavra... como saber? guardo apenas recordação de meu desconcerto, da coberta que me cobriu, e eu sentia sabendo que sentia mas sem saber o que significava... inicialmente me vi confusa, depois quis imaginar o que seria ser cobra e encontrar uma velha camisa, deixada tempo atrás... um dia, um mês, um ano... uma vida, pois com cada mudança se celebra uma nova...
Esse pensar na cobra permitiu-me fugir por lembranças de meu avô, o avô da Fonte, ele apanhava as cobras com a mão quando elas iam entrar no buraco, dava-lhe duas voltas e lançava-as pelo ar... caiam mareadas, então, sem perder tempo, o avô com sua faca cortava a ponta da cauda e a cabeça para que a cobra não se envenenasse toda... espia logo o pescoço da bicha, mordia-a com sua boca e com as mãos despia o corpo todo da cobra... eu nunca vi a cena, mas tenho-a tão desenhada na cabeça que nem vista seria uma imagem mais real, meu pai continuava a contar... eram tempos de os troveiros pararem na casa do avô com suas cantigas, cegos, de violino e vara para andar pelos caminhos... muradana de linho, chancas de pau... depois no inverno o avô fazia o pucheiro para os remédios do frio, com aquele corpo de cobra salgado e curado no fume... o unto era reservado para fretas no corpo... os secredos usos do unto afumado da cobra meu pai me passou...
E nesta hora agradeço a todas essas lembranças que me resgataram de um labirinto que me levava a um abismo em mim, um que era meu e não podia negar, mas os mundos em mim, mais uma vez me resgataram, e esqueci como fora que eu me desconhecera em mim... somos planetas por dentro, galaxias, universos mesmo... infinitos... por descobrir...
Concha Rousia FRITHJOF SCHUON

segunda-feira, 23 de maio de 2011
A Noite continua
É noite, e meus irmãos andam perdidos
meus irmãos e irmãs andam longe da casa
dessa casa nossa que não tem portas
nem tem saídas... nem sequer tem janelas
para que eu respire...
É noite e o inimigo fechou fora de nós a nossa Estrela
já não podemos cantar sem saber onde é acima
onde é abaixo e para onde iria a voz do nosso canto
não adianta cantarmos neste mar de pedra
que fixa nossa barca a um sem-rumo certo
Hoje poderia perguntar-me tantas cousas...
poderia perguntar-me se valeu a pena ter vivido
agora que sinto como se nunca tivesse nascido
acaso podemos dizer que a flor que nunca viu o sol
que não tem cor, que não tem cheiro... nasceu?
não me importo com que os morcegos a sintam
eu falo do que sente a rosa
do que sente ela sem sair da noite sem saber
o que é o dia, o que é o voar das borboletas
eu falo de jardins condenados a morar nas mãos
de jardineiros cegos que detestam flores
Mas a rosa também é um conceito, eu sei
basta que alguém a conceber e ela exite
Hoje necessito acreditar cegamente nisso
sei que não posso, como tantas outras vezes
que também não pude e depois me ergui
porque eu tenho que continuar minha espera
tenho que manter o lume acesso noite fora
eu sei que meus irmãos ainda podem voltar
porque eles seguem fora, seguem perdidos
Manterei o lume aceso para seu regresso
juntarei mais e mais e mais lenha
e mesmo se eles nunca mais regressam
eu ficarei sempre a esperar por eles
É noite e meus irmãos andam perdidos...
Concha Rousia
meus irmãos e irmãs andam longe da casa
dessa casa nossa que não tem portas
nem tem saídas... nem sequer tem janelas
para que eu respire...
É noite e o inimigo fechou fora de nós a nossa Estrela
já não podemos cantar sem saber onde é acima
onde é abaixo e para onde iria a voz do nosso canto
não adianta cantarmos neste mar de pedra
que fixa nossa barca a um sem-rumo certo
Hoje poderia perguntar-me tantas cousas...
poderia perguntar-me se valeu a pena ter vivido
agora que sinto como se nunca tivesse nascido
acaso podemos dizer que a flor que nunca viu o sol
que não tem cor, que não tem cheiro... nasceu?
não me importo com que os morcegos a sintam
eu falo do que sente a rosa
do que sente ela sem sair da noite sem saber
o que é o dia, o que é o voar das borboletas
eu falo de jardins condenados a morar nas mãos
de jardineiros cegos que detestam flores
Mas a rosa também é um conceito, eu sei
basta que alguém a conceber e ela exite
Hoje necessito acreditar cegamente nisso
sei que não posso, como tantas outras vezes
que também não pude e depois me ergui
porque eu tenho que continuar minha espera
tenho que manter o lume acesso noite fora
eu sei que meus irmãos ainda podem voltar
porque eles seguem fora, seguem perdidos
Manterei o lume aceso para seu regresso
juntarei mais e mais e mais lenha
e mesmo se eles nunca mais regressam
eu ficarei sempre a esperar por eles
É noite e meus irmãos andam perdidos...
Concha Rousia
No Diario da Noite

Concha Rousia
domingo, 22 de maio de 2011
Compostela Maio de 2011
A Terra quer Povo... O Povo quer Gente... A Gente quer Dignidade... a Dignidade grita: Terra !!!

Saí ao quintal e a noite falou-me com estrelas, num código morse de saudades conhecidas, e eternas, assinalando seus caminhos do céu, sua via láctea, seu destino: Compostela... Onde esta noite os corpos dormiam sobre as pedras para manterem acordadas as consciências, justo aí neste mesmo lugar onde há pouco, em novembro, outra assembleia dirigida pelo Santo Padre falava para adormecê-las, para segui-las mantendo anestesiadas...
Que diferentes aqueles rostos outonais destes de Primavera, mesmo que eu aqueles não os vi ao vivo, só tele-visados, planos, mas eram rostos tristes, senti seus vazios... enquanto os de hoje desbordam vida, sementam flores com a olhada, flores dessa cor azul-avinhada que só cresce nas pedras e o vento de Compostela, com tanta alegria, com tanta vontade de ser, que desafiam a vertigem e assustam o medo, que foge pela rua do Franco... porque na praça, em pé, fica o Povo...
Concha Rousia
sexta-feira, 20 de maio de 2011
Mensagem para a Deusa Mãe...
Se guias as árvores para irem à luz
se guias os rios para irem ao mar
se guias os pássaros em seu voar
eu sei que a mim
mesmo sem eu saber
como
nem para onde
Sei que me guias também...
nem para onde
Sei que me guias também...
Concha Rousia
quinta-feira, 19 de maio de 2011
O poder da mão e a mão do poder
Hoje quero libertar a minha caneta, quero deixar que a mão decida, deixar a mão morta, como quando era miúda e um irmão maior usava isso para me bater na cara com a minha própria mão, sem mancar, eram golpes para ensinar a descobrir o que é ceder o poder de nosso corpo, da nossa mão, da nossa ação, lembro o meu braço tenso rebelando-se contra esse meu irmão, ou contra outro, tive tantos... e tantas irmãs... quando nasci quase nem ficava em mim espaço para aprender meu nome... a numero 10, eu fui a numero dez, e depois aprendi a servir esse insaciável número.
Mas daqueles jogos inocentes, mesmo que nada na cultura tradicional o fosse, aquelas maneiras de brincar talvez o pudessem ter sido, assim como o 'Decotím-e-decotám-e-da-cabra-em-cardoám-e-da-sala-pra-cozinha-quantos-dedos-tens-em-cima? Hummmmm...4...Se-disseres-três-nem-perdias-nem-ganhavas-nem-levavas-tantos-palos-como-tienes-que-llevar ...1-2-3- E de novo as costas para o decotím-e-decotám até adivinhar..., E agora que escrevo isto por primeira vez fora da minha cabeça ou das costas da minha filha, e antes as da minha irmã, venho de perceber uma mensagem oculta, cifrada, uma de tantas, sei que o é... sei que o é... tudo era na nossa língua, mas essa parte final estava em castelhano: -palos-como-tienes-que-llevar... Eu hoje sei o que isso significa, hoje sei o que significa... e vou-o guardar em meu silêncio de pedra, um silêncio que venere o saber de quem me entregou as chaves de decifrar o mundo em mim... choro, por esses paus doutrora, ocultos e hoje recebeidos... E agora eu, chegados este ponto, não posso mas libertar a mão, é a alma a falar, a mão sabe disso, a mão aceita, a mão serve, a mão anda, a mão voa, a mão acaricia a alma atormentada... a mão enxuga as bágoas*, enxuga as bágoas, enxuga as bágoas...
Concha Rousia
bágoas * (lágrimas)
THE UNTAMED Tongue~~~~~~
How men hate waiting, for a few hours, while their wives shop for clothes anda trinkets; how women hate waiting, often for much of their lives, while their husbands shop for fame and glory.
Thomas Szasz
quarta-feira, 18 de maio de 2011
Einstein
Einstein
Querido Albert:
eu quero ser como tu
não no que se referir a teus cabelos brancos
ou a teu singular bigode
também não me agrada levar sempre roupas iguais
nem da mesma cor
mesmo que aborreço ir às compras
e gosto da cor gris
tem gente que prefere preto ou branco
eu também por vezes julguei preferir
alguma dessas duas cores...
mas descubri que é o gris que me apaixona
o porquê não sei...
talvez porque ela é uma cor flexível
que pode ir desde o preto até o branco
permite escolher como vai ser o dia
gris é pluralidade...
como os tons do nevoeiro
mas não é apenas nisso
que eu me pareço contigo
eu pareço-me especialmente contigo
na minha teima por encontrar uma formula
não, naturalmente eu não procuro E=mc2
não, eu ando à procura da formula da poesia
e da importância de sua relatividade
ou da sua relativa importância
e descobri isso quando escrevo
descobri-o porque, como tu
eu sempre o faço em envelopes usados
os meus não são de patentes suíças, não
os meus são da Fazenda ou da
companhia do telefone
pergunto-me se isso irá ter algum efeito
no resultado da minha pesquisa...
eu quero ser como tu
não no que se referir a teus cabelos brancos
ou a teu singular bigode
também não me agrada levar sempre roupas iguais
nem da mesma cor
mesmo que aborreço ir às compras
e gosto da cor gris
tem gente que prefere preto ou branco
eu também por vezes julguei preferir
alguma dessas duas cores...
mas descubri que é o gris que me apaixona
o porquê não sei...
talvez porque ela é uma cor flexível
que pode ir desde o preto até o branco
permite escolher como vai ser o dia
gris é pluralidade...
como os tons do nevoeiro
mas não é apenas nisso
que eu me pareço contigo
eu pareço-me especialmente contigo
na minha teima por encontrar uma formula
não, naturalmente eu não procuro E=mc2
não, eu ando à procura da formula da poesia
e da importância de sua relatividade
ou da sua relativa importância
e descobri isso quando escrevo
descobri-o porque, como tu
eu sempre o faço em envelopes usados
os meus não são de patentes suíças, não
os meus são da Fazenda ou da
companhia do telefone
pergunto-me se isso irá ter algum efeito
no resultado da minha pesquisa...
Concha Rousia
Publicado no Recanto das Letras em 13/01/2011
Código do texto: T2726171
Código do texto: T2726171
segunda-feira, 16 de maio de 2011
O Clube dos Poetas Vivos da Galiza
Artur Alonso Novelhe
Inicial
Preciso um berço para dizer nascido.
Preciso um pedaço de alma
para encontrar na cabide o espírito
como alcançar o cume nunca é importante
ao não ser no centro da harmoniosa instancia
prossegue por ti a tua rota indicada
no pavilhão verde o amo
no pavilhão aberto a céu a caça
fora deste castelo: a calma
Confiava que Deus chegasse a minha vida
mas eles não deixaram não que eu fosse
um ser universal
muitos entorpecentes deitaram no ser consciente
muitas notas falsas gastaram, para eu adorar o engano
muitos livros escritos para despistar-nos
muitas paginas cheias da grau
para engordar gordurosas, agradecidas panças
muitos caminhos comprados com ouro
muitas falsas navegações naufragas
para uma única conquista infame e ingrata:
a vontade dos apressados
(mas eles nunca tem bastante...)
Precisava derrubar esse muro
e saltei por cima da sua cidade
cercada
a porta esta aberta,
mas tu nunca poderás visioná-la
a não ser
a não ser
que deites dos olhos sua teia de aranha
muito sofri para acordar da insônia
outros viveram para libertar-me
agônicas vem a mim as vozes do martirizados
agora
tenho a frente um novo caminho
ele realmente há de levar-me
à terra originaria dos meus antepassados
Preciso um pedaço de alma
para encontrar na cabide o espírito
como alcançar o cume nunca é importante
ao não ser no centro da harmoniosa instancia
prossegue por ti a tua rota indicada
no pavilhão verde o amo
no pavilhão aberto a céu a caça
fora deste castelo: a calma
Confiava que Deus chegasse a minha vida
mas eles não deixaram não que eu fosse
um ser universal
muitos entorpecentes deitaram no ser consciente
muitas notas falsas gastaram, para eu adorar o engano
muitos livros escritos para despistar-nos
muitas paginas cheias da grau
para engordar gordurosas, agradecidas panças
muitos caminhos comprados com ouro
muitas falsas navegações naufragas
para uma única conquista infame e ingrata:
a vontade dos apressados
(mas eles nunca tem bastante...)
Precisava derrubar esse muro
e saltei por cima da sua cidade
cercada
a porta esta aberta,
mas tu nunca poderás visioná-la
a não ser
a não ser
que deites dos olhos sua teia de aranha
muito sofri para acordar da insônia
outros viveram para libertar-me
agônicas vem a mim as vozes do martirizados
agora
tenho a frente um novo caminho
ele realmente há de levar-me
à terra originaria dos meus antepassados
* * *
José Manuel Barbosa
Diz-se-nos habitualmente
Que quotidianamente
É que a mente
Mente.
Mas, diz-se também que absolutamente
Quem mente
É o coração.
Mas eu somente
Sei quando o coração sente
Embora não, quando sente
A mente.
Se for assim, eu já duvido totalmente
Se a final e realmente
Quem é quem mente;
Se é o coração,
Se é a mente.
Irresolutamente,
A dúvida faz-me morrer eternamente.
Infelizmente.
* * *
Belém de Andrade
escrever-te a ti
escrever-lhe aos alentos que nos ficarem em cada cidade,
escrever quando posso e quando não estamos
escrever-te em quanto perco o tempo
apostando por estâncias em palácios de reinos
já conquistados.
Buscando a formula magistral para
não deixar de escrever-te,
porque isso seria
uma tragédia
deixar de escrever-te seria
uma tragédia.
Topei passos escondidos esperando ser andados
Não me importa levar os cordões dos sapatos
sem atar,
nem carregar a minha mochila
de coisas desnecessárias,
um io-io, uma garrafa vazia
três canetas e duas maçãs,
ainda que as maçãs,
não deixam de ser necessárias.
Escrever,
escrever-te a ti
contar-te, como se a primeira vez
o muito que gosto da neve,
ou caminhar despida pela casa,
e quando posso
subir às cerdeiras para comer cerejas;
andar pelos caminhos por onde não passa ninguém,
estar na cima do teu colo
em quanto o coração te bate a ritmo de cantiga de berço
exercendo um efeito sedativo
sobre mim
e a minha mão direita;
baixar as escadas sempre a correr,
passar para dentro e para fora
sem parar muito,
estar calada, durante muito tempo estar calada
e quando menos o esperes
falar em idiomas diferentes
criados para dizer frases curtas, e logo
ser esquecidos.
Sempre poderia escrever-te um conto,
um desses com final feliz,
ou uma novela, de intriga
uma novela de amor,
quem diz um conto ou uma novela
diz um poema,
por que não?
a lírica, o que tem
e que sempre emociona.
Eu, no fundo
prefiro apertar a minha cara contra a tua
e deixar que um a um
os silêncios
falem por mim.
* * *
Nolim Gonçales
Sopro ao dente de Leão
e saem crisálidas
em pára-quedas
povoando a terra fértil
da minha ensonhação
Sopro tal qual furacão
nas costas pálidas
que ficam presas
dum pánico febril
dentro da imensidão
Sopro com o coração
a quem habitam
em terras secas
de sol-pôr anil
e amarela escuridão
Sopro para a rebelião
de gentes sumidas
em tantas guerras
pelo poder vil
causa de destruição
Sopro, ao fim,
a um simples
dente de leão.
* * *
Concha Rousia
Tudo da Melra
Eu sou o último vestígio da minha estirpe
disse-mo a melra, já me deu três avisos
subiu ao pessegueiro, pola do meio:
...Escreve os teus desejos antes de parar o tempo
reparte o mundo, reparte aquilo ao que já des-pertences
Onde, onde posso eu achar tão grande pergaminho
onde sem segar as almas todas dos carvalhos?
...Escreve no ar, solta livres as palavras
tu falas e eu vou movendo o vento que as leva
Mas a onde
a onde do infinito pequena amiga?
...Para mim o quintal e o pessegueiro, escreve
Isso é doado amiga vestido-preto
mas a quem deixar o peso do meu silêncio
a quem os recantos da terra que não pisei
a quem os segredos que me contou o mar
a quem as caricias das ervas do regueiro
a quem as pegadas que me leram na neve
a quem a colecção dos suspiros do loureiro
a quem os retratos da montanha na janela
a quem o deus do que descreio
a quem?
a quem?
diz-me a quem…
...A mim
eu sou quem fica
eu sou quem herda o mundo
tudo meu
quem te siga é estrangeiro
meu o mundo, da melra
bule
escreve
escreve
escreve
fala
diz
liberta o verbo
diz
tudo
tudo da melra...
Carta da Galiza ao Brasil


Carta da Galiza ao Brasil
Meu bem-querido irmão:
Antes de mais permite-me que me apresente, há tantas cousas erradas que te tem contado de mim, e eu quero, necessito mesmo, que tu me conheças como eu sou. O meu nome é Galiza, ocupo o Noroeste da península Ibérica, sou geograficamente, culturalmente e linguisticamente irmã de Portugal, que fica ao meu Sul, do outro lado do rio Minho; uma pequeninha parte de mim permaneceu sempre independente de qualquer estado até meados do século XIX, mas hoje sou um território totalmente dominado polo Estado Espanhol... Eu sou uma velha pátria que esqueceu já a sua idade; mas o que nunca vou esquecer, mesmo que ao mundo lhe custe perceber, é que em mim nasceu e se criou a nossa língua; esta que tu e eu falamos e que por vicissitudes da história se conhece internacionalmente apenas como ‘português’ mas que nós aqui também chamamos ‘galego’. Mas deixa-me continuar a te contar...
Permite-me que te fale um bocadinho da minha longa história. Eu sou a velha terra chamada ‘Calaica’ Terra onde, como já te disse, nasceu e se criou esta nossa formosa língua; um dia eu fui grande... naqueles tempos foram os meus filhos os que emigrados povoaram a Bretanha, o Centro dos Alpes, e as ilhas Britânicas, consolidando durante milênios a laborada cultura Atlântica. Vai ser muito difícil para mim em poucas palavras resumir-te tantos azares, tantas batalhas, tantas façanhas e também tanta dor e tanto sangue derramado.
Muitos foram os povos que quiseram governar-me, pola cobiça do Ouro, pola riqueza mineira que guardava a minha entranha; chegaram legados de Roma ávidos de conquista e saque, para abrir seu domínio, atravessando do Douro as margens, mas antes tiveram que ceifar 50.000 almas indomáveis, que a peito nu combatiam, porque cobrir o peito era para eles ação de cobardes. Do Latim trazido com as suas outras falas, misturou-se através dos séculos nossa céltica linguagem, para que abrolhasse na Idade Media a língua que agora, meu irmão em espírito, embeleces arrolando-a, com o amor e a exuberância das florestas incontornáveis. Essa língua mesma nascida para amar e ser cantada criou uma das maiores culturas da Europa Medieval, polo caminho de Sant Iago difundida e admirada. Mas tarde, nas lutas dos reinos Ibéricos polo controlo da Hispânia, fui vencida e humilhada polos reis Católicos de Castela e seus ferozes aliados, para pronto, sem dar-me fôlego, à escuridão ser condenada. Atrás ficara o 1º Reino da Europa a liberar-se do Império romano, no século V, polo embate dos aguerridos suevos. Atrás ficaram as lutas entre Afonso Henriques, 1 º rei português, meu filho do Porto Calem, e seu primo Afonso VII, imperador de toda a Gallaecia.
Minhas glórias foram vendidas pola arrogância e a astúcia dos homens, pola traição dos insensatos; meu nome da historia foi apagado. Mas o espírito só adormeceu, e centos de anos mais tarde, as vozes de Rosalia, Pondal, Curros Enriquez e muitos outros, alguns mártires em Carral, ergueram de novo esta chama que agora te entrego irmão na confiança, sabendo que farás bom uso dela, e elevarás no continente americano, como na África e Oceania, onde outros irmãos nos aclamam, a voz lírica deste novo mundo, lusofonia chamado, para que nunca mais a vida nascida das minhas entranhas seja por outros desprezada.
Eis a minha história, irmão Brasil, ainda hoje continuam meus filhos, contra a ignorância lutando, pola dignidade deste recanto que foi berço da cultura que hoje tu com orgulho ao mundo amostras sem arrogância. Continuarão ainda cá tempos difíceis que pronto iremos superando com ajuda dos nossos irmãos que conhecem a nossa palavra, por que a palavra hoje é carne e mora vestida de raças, para os povos unir na nobreza da que foi criada.
Como vês, querido irmão, a minha luta tem sido longa e sem tréguas, tenho de admitir que vou velha e por vezes me sinto cansada... Acho alívio em saber que tu herdaste a minha fala e que em ti nunca se apagará a minha chama; não é que eu recuse a luta, mas tenho que ser realista... o destino da nossa língua, língua em que eternamente viajará a minha alma, aqui na pátria mãe, ainda é incerto.
Há um ano um grupo de intelectuais e artistas, professores, escritores, e defensores da nossa cultura, criaram a Academia Galega da Língua Portuguesa (AGLP). A ajuda da Academia das Ciências de Lisboa e da Academia Brasileira de Letras foi notável e imprescindível. A AGLP, a que sinto como a minha filha mais nova, tentará abrir os caminhos que rompam o cerco que nos sítia e nos abafa; do seu êxito depende em grande medida o meu futuro, é por isso que te peço a acolhas com agarimo e a ajudes no que puderes em nome da nossa eterna irmandade.
A nossa língua atravessa uma das suas piores etapas de todos os tempos na terra berço, a terra mãe que com tanto amor a viu nascer, e a seus filhos e filhas de todo o mundo envia hoje a sua voz... Voz que vai na procura de ajuda que tanto necessito, ajuda que restaure a minha dignidade, peço não continuar a ser ignorada. Por isso te falo, querido irmão, por isso te falo...
Recebe de mim a palavra que mais estimes, meu amado irmão Brasil
Assinado: A Galiza
(da Autoria do Clube dos Poetas Vivos: Artur A. Novelhe, Belém de Andrade, José Manuel Barbosa, e Concha Rousia)
Antes de mais permite-me que me apresente, há tantas cousas erradas que te tem contado de mim, e eu quero, necessito mesmo, que tu me conheças como eu sou. O meu nome é Galiza, ocupo o Noroeste da península Ibérica, sou geograficamente, culturalmente e linguisticamente irmã de Portugal, que fica ao meu Sul, do outro lado do rio Minho; uma pequeninha parte de mim permaneceu sempre independente de qualquer estado até meados do século XIX, mas hoje sou um território totalmente dominado polo Estado Espanhol... Eu sou uma velha pátria que esqueceu já a sua idade; mas o que nunca vou esquecer, mesmo que ao mundo lhe custe perceber, é que em mim nasceu e se criou a nossa língua; esta que tu e eu falamos e que por vicissitudes da história se conhece internacionalmente apenas como ‘português’ mas que nós aqui também chamamos ‘galego’. Mas deixa-me continuar a te contar...
Permite-me que te fale um bocadinho da minha longa história. Eu sou a velha terra chamada ‘Calaica’ Terra onde, como já te disse, nasceu e se criou esta nossa formosa língua; um dia eu fui grande... naqueles tempos foram os meus filhos os que emigrados povoaram a Bretanha, o Centro dos Alpes, e as ilhas Britânicas, consolidando durante milênios a laborada cultura Atlântica. Vai ser muito difícil para mim em poucas palavras resumir-te tantos azares, tantas batalhas, tantas façanhas e também tanta dor e tanto sangue derramado.
Muitos foram os povos que quiseram governar-me, pola cobiça do Ouro, pola riqueza mineira que guardava a minha entranha; chegaram legados de Roma ávidos de conquista e saque, para abrir seu domínio, atravessando do Douro as margens, mas antes tiveram que ceifar 50.000 almas indomáveis, que a peito nu combatiam, porque cobrir o peito era para eles ação de cobardes. Do Latim trazido com as suas outras falas, misturou-se através dos séculos nossa céltica linguagem, para que abrolhasse na Idade Media a língua que agora, meu irmão em espírito, embeleces arrolando-a, com o amor e a exuberância das florestas incontornáveis. Essa língua mesma nascida para amar e ser cantada criou uma das maiores culturas da Europa Medieval, polo caminho de Sant Iago difundida e admirada. Mas tarde, nas lutas dos reinos Ibéricos polo controlo da Hispânia, fui vencida e humilhada polos reis Católicos de Castela e seus ferozes aliados, para pronto, sem dar-me fôlego, à escuridão ser condenada. Atrás ficara o 1º Reino da Europa a liberar-se do Império romano, no século V, polo embate dos aguerridos suevos. Atrás ficaram as lutas entre Afonso Henriques, 1 º rei português, meu filho do Porto Calem, e seu primo Afonso VII, imperador de toda a Gallaecia.
Minhas glórias foram vendidas pola arrogância e a astúcia dos homens, pola traição dos insensatos; meu nome da historia foi apagado. Mas o espírito só adormeceu, e centos de anos mais tarde, as vozes de Rosalia, Pondal, Curros Enriquez e muitos outros, alguns mártires em Carral, ergueram de novo esta chama que agora te entrego irmão na confiança, sabendo que farás bom uso dela, e elevarás no continente americano, como na África e Oceania, onde outros irmãos nos aclamam, a voz lírica deste novo mundo, lusofonia chamado, para que nunca mais a vida nascida das minhas entranhas seja por outros desprezada.
Eis a minha história, irmão Brasil, ainda hoje continuam meus filhos, contra a ignorância lutando, pola dignidade deste recanto que foi berço da cultura que hoje tu com orgulho ao mundo amostras sem arrogância. Continuarão ainda cá tempos difíceis que pronto iremos superando com ajuda dos nossos irmãos que conhecem a nossa palavra, por que a palavra hoje é carne e mora vestida de raças, para os povos unir na nobreza da que foi criada.
Como vês, querido irmão, a minha luta tem sido longa e sem tréguas, tenho de admitir que vou velha e por vezes me sinto cansada... Acho alívio em saber que tu herdaste a minha fala e que em ti nunca se apagará a minha chama; não é que eu recuse a luta, mas tenho que ser realista... o destino da nossa língua, língua em que eternamente viajará a minha alma, aqui na pátria mãe, ainda é incerto.
Há um ano um grupo de intelectuais e artistas, professores, escritores, e defensores da nossa cultura, criaram a Academia Galega da Língua Portuguesa (AGLP). A ajuda da Academia das Ciências de Lisboa e da Academia Brasileira de Letras foi notável e imprescindível. A AGLP, a que sinto como a minha filha mais nova, tentará abrir os caminhos que rompam o cerco que nos sítia e nos abafa; do seu êxito depende em grande medida o meu futuro, é por isso que te peço a acolhas com agarimo e a ajudes no que puderes em nome da nossa eterna irmandade.
A nossa língua atravessa uma das suas piores etapas de todos os tempos na terra berço, a terra mãe que com tanto amor a viu nascer, e a seus filhos e filhas de todo o mundo envia hoje a sua voz... Voz que vai na procura de ajuda que tanto necessito, ajuda que restaure a minha dignidade, peço não continuar a ser ignorada. Por isso te falo, querido irmão, por isso te falo...
Recebe de mim a palavra que mais estimes, meu amado irmão Brasil
Assinado: A Galiza
(da Autoria do Clube dos Poetas Vivos: Artur A. Novelhe, Belém de Andrade, José Manuel Barbosa, e Concha Rousia)
Publicado no Recanto das Letras em 21/09/2009
Código do texto: T1822152
Assinado: A GalizaCódigo do texto: T1822152
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Com minha filha Nerea Julho de 2010 |
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