A Rousia é essa montanha que herdei sozinha, e que está prenhada de mar, e por ele eu um dia viajarei para ir a ilha dos nossos, o povo que desapareceu da aldeia da Rousia. Ficam casas desfeitas, com paredes a amparar carvalhos que crescem na ausência do povo ido... Concha Rousia
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domingo, 10 de junho de 2012
Cartas sem destinatário
Cartas sem destinatário
Capítulo II
Meu bem,
Queria escrever-te, mas tu não és de responder cartas, então não devia te colocar nessa situação, mas não importa porque tu nem sequer estás onde as poder receber. Então decidi que em vez disso vou contar meu sonho...
Ontem a noite sonhei contigo, como tantas outras vezes, não eras tu, mas eras, Freud me entenderia... Eu dormia na cama alta de meus 18 anos, na de acima. Lembrando o internato, mas as pessoas eram agora velhas, a mim não me via... Tu entraste com tua juventude eterna pousada em tua pele desnuda, e tua olhada vestida de tantos mundos...
Era impossível te deixar que me amasses, fui consciente... O mundo a minha volta era louco, olhava pra baixo desde minha cama barco e via como as pessoas estavam todas atadas de cada duas juntas, com cordas brancas, embrulhadas em lençóis também brancos. Tu, alheio ao mundo circundante, subiste ao meu leito, levavas uma corda branca... O desejo acordou dentro de mim, queria se agarrar a ti, chamando-te, bebendo-te por cada poro, a cabeça tratou de lutar... Mas o beijo, o teu beijo... com um prazer tão imenso que não cabia no sonho... me acordou...
Concha Rousia
Quintal d'Amaia 11 do 6 de 2012
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