e crio pontes
que me levem
desta minha ilha
de solidão
Escrevo
coloco barcos de papel
a atravessar esse mar
que me separa
Escrevo
faço uma casa bonita
com palavras e pinto
a primavera no quintal
Escrevo
com notas musicais
no bico da Melra
a voar deste meu mundo
até esse vosso
Escrevo
abraço porque amo
toco a palavra ternura
tal e qual ela é sentida
Escrevo e logo me perco
Escrevo e aí mesmo me acho
Escrevo e vivo, respiro, sonho, crio...
Escrevo e invento a madrugada
Escrevo e morro no final da linha
no pôr-do-sol do ponto e final.
Escrevo e parto-me em palavras
Escrevo e regresso intata
Escrevo e te toco com a espada
Escrevo e te curo, te salvo, te devolvo à vida...
Escrevo e finjo que não me lês
Escrevo e te sinto comigo
Escrevo e sei que não estás
Escrevo e me engano
Escrevo e me desengano
Escrevo
Escrevo
Escrevo...
Concha Rousia
a escrita é um parir de coisas e poesia
ResponderExcluir...é, a escrita é um parir de mundos que nos levem além nós...
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