Na Galiza o tempo é de pedra, o sol é de pedra, a alma é de pedra
O padre, Adolfo se chamava, já morto posso dizer seu nome...
O padre, Adolfo se chamava, já morto posso dizer seu nome...
O padre vendera os santos, vendera a pia os altares, vendera a alma...
O padre olhou para o homem do sol lá no campanârio,
assim chamava o pai o relogio de pedra...
O pai olhou para o padre e disse:
Se você leva o homem, se o baixar e o levar, não suba mais à aldeia pois subir subirá, mas descer não desce mais...
O pai falava com orgulho de seu jeito de defender o nosso relógio de sol, o único que temos para medir o tempo pois vivemos num mundo no que outros nos mudam a hora...
O padre acovardou-se e não tocou o homem de pedra, do sol, e das horas, e agora está morto...
Mas, mesmo assim, a cada vez que subo à aldeia olho para a torre da igreja... Porque a minha memória também é de pedra...
Concha Rousia
Quintal d'Amaia 28 do 8 de 2012
O padre olhou para o homem do sol lá no campanârio,
assim chamava o pai o relogio de pedra...
O pai olhou para o padre e disse:
Se você leva o homem, se o baixar e o levar, não suba mais à aldeia pois subir subirá, mas descer não desce mais...
O pai falava com orgulho de seu jeito de defender o nosso relógio de sol, o único que temos para medir o tempo pois vivemos num mundo no que outros nos mudam a hora...
O padre acovardou-se e não tocou o homem de pedra, do sol, e das horas, e agora está morto...
Mas, mesmo assim, a cada vez que subo à aldeia olho para a torre da igreja... Porque a minha memória também é de pedra...
Concha Rousia
Quintal d'Amaia 28 do 8 de 2012
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