Cativeiro
(das canções de desespero)
Grito nos ouvidos do mundo
mas o mundo não quer me ouvir
sussurro no coração do vento
ele fará explodir meu berro-seco
no vosso entorno de falsa paz
paz assentada em polvorim
paz que vive devorando a paz
dos que moram na guerra
Grito no ouvido do mundo
mas ninguém pode me ouvir
Perdida em meu próprio eco
subo na espiral do meu grito
talvez assim consiga que vejam
como eu expulso lume pelos olhos
e então sem entender entendam
se horrorizem do que fere sua vista
mas não dá para ver não dá...
Fujam de minha amável aparência
dentro de mim há um monstro
pode mesmo parecer que não está
mas ele sempre está no mais íntimo
ele é o grande e poderoso Ulisses
cativado neste corpo de mulher
Não tratem de entender não
sua razão é altamente destrutiva
no mesmo incêndio ardemos todos
e arde o mar em que navego
meu mar de letras-explosivos
sou apenas um poeta-bomba
apenas instrumento da poesia
sou tudo que vós não veis
mas que se vísseis... talvez
desejaríeis não ter olhos...
Concha Rousia
Quintal d'Amaia 13 do 7 de 2012
no vosso entorno de falsa paz
paz assentada em polvorim
paz que vive devorando a paz
dos que moram na guerra
Grito no ouvido do mundo
mas ninguém pode me ouvir
Perdida em meu próprio eco
subo na espiral do meu grito
talvez assim consiga que vejam
como eu expulso lume pelos olhos
e então sem entender entendam
se horrorizem do que fere sua vista
mas não dá para ver não dá...
Fujam de minha amável aparência
dentro de mim há um monstro
pode mesmo parecer que não está
mas ele sempre está no mais íntimo
ele é o grande e poderoso Ulisses
cativado neste corpo de mulher
Não tratem de entender não
sua razão é altamente destrutiva
no mesmo incêndio ardemos todos
e arde o mar em que navego
meu mar de letras-explosivos
sou apenas um poeta-bomba
apenas instrumento da poesia
sou tudo que vós não veis
mas que se vísseis... talvez
desejaríeis não ter olhos...
Concha Rousia
Quintal d'Amaia 13 do 7 de 2012
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