Imagem do Blog: Ácido Acético http://acido-acetico.blogspot.com.es/2011/05/denantes-mortos-que-escravos.html |
Quero pedir perdão
por afastar a olhada
das feridas da Terra
que são as minhas e
por afastar a olhada
das feridas da Terra
que são as minhas e
sangram para dentro
Quero pedir perdão
por ter andado errante
por caminhos perdidos
Quero pedir perdão
por ter andado errante
por caminhos perdidos
sem saber que a perdida
era eu, não o caminho e
nem os passos sem destino
Porque não há destino
se não há onde colocá-lo,
Se não há mãe
como pode haver filhos?
Quero pedir perdão à Terra
Porque não há destino
se não há onde colocá-lo,
Se não há mãe
como pode haver filhos?
Quero pedir perdão à Terra
porque descuidei seu ninho
por querer voar
por querer ser passarinho
por querer esquecer
por querer ver um filme
por querer voar
por querer ser passarinho
por querer esquecer
por querer ver um filme
por querer sair da minha vida
que é outro filme que eu
não escolhi nem dirijo...
É por isso que crio ficções
não escolhi nem dirijo...
É por isso que crio ficções
que eu gravo e desgravo
e a cena é toda minha
mas logo descubro
que é tudo mentira
que eu sou mentira
que tu és mentira
que deus é mentira
Olho o céu para ver
onde se enconde a câmara
e atiro pedras às nuvens
mesmo sabendo que eu
tenho telhas de vidro
e que não há saída
eu não temo a morte
mas exijo que ela respeite a vida
a morte tem que aprender a esperar
é para isso que chegamos Nós
os corações que ainda palpitam
mesmo que por vezes fracos
mesmo que soterrados vivos
é por isso que por vezes
escolhamos ir ao cinema
e sair do teatro de sombras
desse sol estrangeiro do que é
tão impossível esconder-se
embora eu sempre consigo
e depois me engano de caminho
e demoro em voltar arrependida
mais do que devia
sempre mais do que devia
Concha Rousia
Tenho esperança de um dia descobrir por que tuas palavras atingem tanto um destes eus que habitam este corpo, e ele fica com vontade imensa de te dizer umas palavras, mas (felizmente ou infelizmente, vá lá saber?!) os outros, às vezes conseguem contê-lo. Ao que parece, agora, este "eu" foi mais forte e embora não te dizendo o disse. :)
ResponderExcluirBeijos poéticos desde um clima ameno que se faz de cá, Hosamis.
Querida Hosamis, os textos quando se escrevem e se libertam eles são livres e do mundo, e eu fico feliz em saber que eles te falam... mas aqui entre nós, eles são bem mais interessantes do que a sua atormentada autora...rsss Aqui ainda temos friozinho, mas vai melhorando, eu estive aí sim no Brasil, mas foi uma viagem tão corrida que por vozes me pergunto se foi real... Abraços para ti minha poeta querida.
ExcluirConcha