Ainda me doem as horas que tu antes habitavas
ainda reclamam serem tuas contra minha vontade
Essas horas me maltratam
as piores são aquelas em que tu primeiro aparecias
Essas horas me maltratam
as piores são aquelas em que tu primeiro aparecias
aquelas em que nascia o Sol, começava o dia
e as estações prometiam levar-nos nos seus braços
essas são as que mais me martirizam
Mas também me tratam com crueldade
as que antecedem a essas tão tuas e exatas
e as estações prometiam levar-nos nos seus braços
essas são as que mais me martirizam
Mas também me tratam com crueldade
as que antecedem a essas tão tuas e exatas
e doem tanto como as horas que tu habitavas
como também doem as anteriores a essas
e as outras
e as outras
e as outras
e as outras...
Assim até dar uma volta ao Sol no relógio
e chegarmos às seguintes, já horas da Lua
as que vão a seguir daquelas que eram tuas
e chegarmos às seguintes, já horas da Lua
as que vão a seguir daquelas que eram tuas
e essas doem igual ou mais às anteriores
porque essas falam de ocaso falam de morte
falam do que se passou sem se ter passado...
Então eu gravo o teu nome nos espinhos das rosas
porque essas falam de ocaso falam de morte
falam do que se passou sem se ter passado...
Então eu gravo o teu nome nos espinhos das rosas
e culpo eles por meu sangrante sofrimento
e logo odeio o mundo que me deu olhos e rosto
queria era ser pedra que não sente passar as horas
nem sente que des-existe nos relogios desse tempo
Concha Rousia
nem sente que des-existe nos relogios desse tempo
Concha Rousia
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