Não se pode voltar
ao lugar do que não se partiu
eis o dilema de Ulisses
eis a armadilha que Penélope
tece e destece até o infinito
porque como despedir o homem
que nunca te deixou...?
mesmo que se fosse longe
mesmo que longe se fosse
Partir...
partir eu nunca vou aprender
sei apenas que regressar é sempre
como é sempre esse vazio
de naus que levam tudo
que tudo levam
e a mim me deixam
e a mim me deixam...
E eu voo
porque voar eu sei
a Melra me ensina os segredos
dos sete ventos da mãe África
e eu voo sem abrir asas
eu voo sem subir às nuvens
eu voo entre paredes de pedra
eu voo
ate que finalmente
as minhas inexistentes asas ardam
as minhas inexistentes asas ardam
quando me queimem por bruxa
bruxa que rouba os segredos
aos céus que nem existem...
partir e ficar
ResponderExcluirgostei da contradição
só os poetas conseguem isto com a linguagem
beijos
Pois é, Sandrio, amigo poeta, e tu viste logo porque tu és mestre de harmonizar mundos aparente-mente impossíveis, abraço grande
ExcluirConcha
Bastou-me ler este poema e o anterior para ficar seduzido pela tua poesia.
ResponderExcluirParabéns pela excelência das tuas palavras.
Saudações poéticas.
Obrigada Nilson, da partilha a poesia, não apenas cresce, mas acho que esse é seu motivo para ela nascer..Portanto agradeço as tuas gentis palavras, abraço poético. Concha
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